domingo, 12 de outubro de 2008

A desconexa rua do amor

A desconexa rua do amor
Só cor grafitada nos caixotes
As casas incertas apoiadas umas nas outras
Despoluídas
Apaixonadas pelo nada de si mesmos
As torres altas da solidão
As escadas tortas da incerteza
Os pilares do medo e do ciúme
As telhas de vidro transparentes
Bonitas, por onde passa o sol
O brilho que sai de todas as coisas
Que espreita em todas as frinchas
As mantas de promessas espalhadas pelas ruas
Coloridas em retalhos de sonho
As nuvens misturadas nas paredes
A beleza inocente dos sentidos
A crueza dos corpos enlaçados
O infinito nos nossos olhos
O infinito nos nossos corpos
A chuva quieta dos beijos
Cobre toda a rua
Num macio de toque
Com sabor a pele

1 comentário:

Elza disse...

Achei muito interessante passear por essa tua desconexa "rua" do amor.
"As torres altas da solidão
As escadas tortas da incerteza
Os pilares do medo e do ciúme..."
Mas no final, felizmente, essa "chuva quieta dos beijos"
cobriu toda a rua. Parabéns!