não sei o que dizer-te
mais do que uma praça de gente
de passados em passadas
novos e velhos que se cruzam
sem revolta numa praça Espanhola
na ínfima parte da luz de uma estrela
ultrapassando a informação que aqueça demasiado
e adormecendo as mãos na arte de repetir as arcadas
para acalmar o cio do ciclo
colunas e sinos para amaciar a velocidade
guardar o ritmo de bicho num som que não se entende
e se entenda feliz
não sei o que dizer-te
dou lanço a esta praça
onde sei que também moras
e moram os abraços dos olhos no fim das ruas
mais lanço até que as arcadas criem em vento
a passagem frágil entre bichos extraordinários
rastos de luz em informação
que chegue apenas para rir
e encontro sempre um mesmo ponto
nos desvios vermelhos
no centro das praças Espanholas
de todos em todos
um beijo parado ao sol