quarta-feira, 13 de junho de 2012

um soneto de Rimbaud



lá ia eu, de dedos nos bolsos abertos; 

o meu paletó tornava-se assim ideal; 
caminhava debaixo do céu, Musa! era o teu servo; 
Oh! mas que amores esplêndidos eu sonhava!

as minhas únicas calças estavam rotas. 
era o Pequeno Polegar sonhador, com um sonho à volta 
e criava rimas. o meu albergue era a Ursa Maior. 
as minhas estrelas do céu exalavam aromas e escutava,


sentado na borda das estradas, os bons fins de tarde 
de Setembro quando sentia as gotas, 
gotas rosadas na minha fronte, como um vinho forte; 

onde numa chuva de rimas e no meio de sombras fantásticas, 
das cordas de liras, tirava os elásticos, 
libertava os meus pés magoados, e colocava-os perto do coração -

Arthur Rimbaud (tentativa de tradução minha, o original pode ser lido aqui)