sexta-feira, 13 de março de 2009
A magnólia digna autónoma
Mais do que antes nos jardins meios
de muros e portões da cidade velha
assomam violetas flores de magnólia
no cair leve de braços abertos.
Não é ainda a hora certa de Março
pois o pouco sol e as gotas de chuva
por vezes caudalosa invade condiciona
a síntese verde de clorofila nos canteiros
sem vestidos de cor habitual.
Indiferente a magnólia de árvore
ou no chão. Digna autónoma
no lugar que é o seu
imagem virtual de um espelho de flores
compostas ou desmanchadas
entre as que ficam definidas no ar
e as que caem e vão soltas nos dedos
de terra e raízes.
Pétalas grossas de duas cores
que ninguém ousa perturbar
nem as aves que visitam os ramos
nem aqueles que se perdem no momento
de ver algumas naquele instante
abrir descair pousar.
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