quinta-feira, 12 de março de 2009

o muro e o destino

céu da boca no escuro
assobia para o futuro
comprometido véu
retrocede à voz
melhor não cantar
nada vai passar

olhar no chão desligado
esconde o fado findo
não vá bater no muro
travão do destino
melhor não cantar
nada leva a saltar

assobios arremasados
pedras ensimesmadas
no muro com um pé direito
de ruínas de altura,
rebatendo-se
na ternura da chuva
última voz do destino
refeito
em curvas revestidas
a ecos de
ondas
dentro das tuas luvas
onde sem demora morro,

mora o som
afogado
onde é
melhor não cantar