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quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Informações

ola a todos! queria saber qual é o trabalho de casa desta semana! e quando é a proxima reuniao já agora! (estou a rezar para que seja neste sabado so a partir das 5 e 15! ou noutro dia qualquer).
Já estou a reaprender a falar (ou a escrever) e vou esta semana fazer os mil trabalhos de casa em atraso (perdoem-me o exagero, mas mil é como os sinto).
Presumo que seja um haiki, mas queria saber mais detalhes!

Um grande beijinho e saudades,
Maria Inês Beires

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

(exercício Goya e Manet)

Uma ausência de quase tudo
Um quase nada que imobiliza
E martiriza
Um estar-e-não-estar que adormece
E entorpece
Um querer fugir que angustia
E silencia
Um grito

ana lúcia figueiredo

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Desculpa. Atormenta-me os fios de prata


Magritte "O século das luzes"



Desculpa. Atormenta-me os fios de prata
O horizonte azul de um céu pálido.
No estado febril abrem-se alicerces
Crescem tábuas como árvores – a casa;
Gosto da guilhotina nas janelas
A forma metálica de uma roda
Na entrada do alpendre.
Em frente o poço e a cegonha;
De pernas altas e bico de gastronomia
Na dificuldade de sempre elevar
O grão de arroz, método do oriente.
O bico que insiste numa melodia
De um desenho animado, ritmado
De “Woody Woodpecker Show”.
Um bico de ferro, o gancho enrolado
Que recolhe a água límpida
Fruto de uma terra de pedras.

O brilho, o brilho dos fios de prata
Um filtro de bosque, a clorofila
Respira e uma bota de couro preto
Alta, de anel castanho, oscila
Um ritmo, um ritmo, um ritmo
Como se no alpendre os braços
À volta de uma crina cinza
Lusitana de olhos grandes - o campo.
O grande campo cultivado, às tiras
O corte dos fios de prata e uma onda
Que nasce do ventre mãe, sobe, sobe
Uma mão gigante de dedos brancos
Na moldura de matiz verde e azul
Na leveza de ser ou não ser espuma –

A onda passa e deixa o relvado, o poço
Um outro quadro de tiras e brilhos.
Duas as magnólias de cores diferentes
Uma no cor do poente das aldeias – rosa
E a branca de olhar tímido que guarda
A delicadeza do gesto das flores;
As pétalas, pétalas de seda que me lembram
O livro de Baricco e as lagoas de neblina
No cimo do cimo das montanhas.

Desculpa . Atormenta-me o reflexo
De um ar volátil, suave e breve.
Não quero falar de Goya e Manet
Pintar a cor da pólvora, da revolta
As guerras de peitos abertos
As camisas que foram brancas
Cobertas de manchas - a cor do sangue.
Não compreendo as guerras
De quem mata e morre na dor das ideias
Se de um e outro lado pode haver razão
E a cor da liberdade.

Quero ver cair o sol atrás da sebe
A despedida de sombra na cegonha
Um olhar coberto no alpendre
De fios de prata .
Desculpa. Sem Goya e Manet
E quero sonhos, muitos sonhos
A luz forte das estrelas.

3 curvo

Hoje não era

flutuava de mão em mão
deslizava na curva que se demora
tanto no fundo de uma colher
para lhe entender o centro
como borda fora
do sofá à aresta da janela
e à boleia pelo azul

as curvas não têm pressa
têm pertença
alienam no recorte reiterado
de uma folha enrugada
e sabem que ondas
arqueiam e as esperam
largas no mar
até de madrugada.

mas rectas
aço a prumo que
furia de Goya a hoje
tubos de instantes
em finais entalados
entre olhos e entranhas
por não saberem curvar

alvos fáceis para o aço
as rectas
dois lados ridículos
um a olhar e outro a ver-se
lados que giram no tempo
em centros vira ventos
e jamais viram os ventos

Dois. Queria três
sem falências mil
ou excessos avessos
outra possibilidade
um ponto de outra vista
o ou sem ouro

três bicos e curvatura
para repensar a humanidade

se não tivesse três bicos
- não era -