Ser poeta é ser capaz de resumir o agasalho
e não ter frio.
Mergulhar no Oceano tropical de listas
nos corais belos circundados de caminhos
que não ferem os joelhos os nós dos dedos
e dizê-los
entre risos de golfinhos luzidios
- como são belos alegres elegantes
os caminhos de corais e dos golfinhos.
È tocar o chão do mar às escondidas
das anémonas no colchão das arrecuas
de duzentos caranguejos.
É dançar com lavagantes e lagostas
nos braços de uma sereia
afagar-lhe os cabelos
beijá-la nos cotovelos.
Ser poeta é ser capaz
de sonhar os outros sonhos
entrar num mar de novo
e ser peixe
dentro deles.