segunda-feira, 23 de março de 2009

Magritte surreal

Um soneto

E TUDO ERA POSSÍVEL


Na minha juventude antes de ter saído
da casa de meus pais disposto a viajar
eu conhecia já o rebentar do mar
das páginas dos livros que já tinha lido

Chegava o mês de maio era tudo florido
o rolo das manhãs punha-se a circular
e era só ouvir o sonhador falar
da vida como se ela tivesse acontecido

E tudo se passava numa outra vida
e havia para as coisas sempre uma saída
Quando foi isso? Eu próprio não o sei dizer

Só sei que tinha o poder duma criança
entre as coisas e mim havia vizinhança
e tudo era possível era só querer

A espera no Aeroporto

Interrogo
na nave pululante de outras asas abertas
onde voas borboleta?
Em que lugar do Oceano te debruças
sobre a janela altiva
oscilando o brinco
exercitando dedos soltos
libertos de sandálias claras
entrenuvens.

Interrogo da tua cor bronze
no contraste da linha azul
que intercepta o teu olhar
esvazia o espaço curto
que separa campainhas
vozes dispersas de partidas
chegadas.

E te digo
num sopro sentido de primeira vez
quanto senti a tua falta
essa ausência de metade
incompleto dividido.

E te digo
quanto te quero
mais e mais
numa chuva interdita de cataratas
intermitente
interminável.

E te digo
bom é ter de novo
a flor do teu sorriso
jardim suspenso onde pousa o sonho.

Vanessa Mae Destiny

O violino é de cristal, a música é divinal e cheia de movimento, as cores do vestido são uma tela de cores e por fim há dança- uma arte em falta na nossa poesia.
Espero que gostem!