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a minha casa é feita
de pó e de papel
labirinto de imagem, palavra e sonho
terra de magia e torre de babel
tem o cheiro acastanhado
dos segredos
e o silêncio da alma
assídua e devota
que toca com os olhos
e sente
na ponta dos dedos
cada estante, cada lombada, cada cota
os livros –
direitos ou tombados,
pequeninos e pesadões,
fora de sítio, arrumados,
e empilhados em montões –
chamam o meu nome
(com um chamar bonito)
em prosa ou em verso,
manuscrito ou impresso
depois dão testemunho
de ciência, ficção e memória
que me prende e liberta
num só momento
por uma página, por uma história
pelas palavras que alguém
um dia escreveu no vento
é de pó e de papel
esta casa que é uma ponte
tem um postigo no telhado
de onde vejo o horizonte
e uma janela enorme
que dá para o meu jardim
não é uma casa, nem é minha
de pó e de papel
labirinto de imagem, palavra e sonho
terra de magia e torre de babel
tem o cheiro acastanhado
dos segredos
e o silêncio da alma
assídua e devota
que toca com os olhos
e sente
na ponta dos dedos
cada estante, cada lombada, cada cota
os livros –
direitos ou tombados,
pequeninos e pesadões,
fora de sítio, arrumados,
e empilhados em montões –
chamam o meu nome
(com um chamar bonito)
em prosa ou em verso,
manuscrito ou impresso
depois dão testemunho
de ciência, ficção e memória
que me prende e liberta
num só momento
por uma página, por uma história
pelas palavras que alguém
um dia escreveu no vento
é de pó e de papel
esta casa que é uma ponte
tem um postigo no telhado
de onde vejo o horizonte
e uma janela enorme
que dá para o meu jardim
não é uma casa, nem é minha
no fundo
ela é todo o mundo
e faz parte de mim.
ela é todo o mundo
e faz parte de mim.
raquel patriarca
um.julho.doismilenove