O BAILE NA FLOR
Que bellas as margens do rio possante,
Que ao largo espumante campêa sem par!...
Ali das bromelias nas flores douradas
Ha sylphos e fadas, que fazem seu lar...
E em lindos cardumes
Subtis vagalumes
Accendem os lumes
P'ra o baile na flor.
E então nas arcadas
Das pet'las douradas
Os grilos em festa
Começam na orchestra
Febris a tocar...
E as breves
Phalenas
Vão leves,
Serenas,
Em bando
Gyrando,
Walsando
Voando
No ar!...
Poema original brasileiro de Castro Alves publicado em 1902 no rio de Janeiro.
Como curiosidade o editor era de Paris H.Garnier - Rue de Saints-Péres, 6
e tinha delegação no Rio de Janeiro na Rua do Ouvidor, 71-73(escrevi as palavras como vêem publicadas na edição que referi)
quarta-feira, 20 de maio de 2009
A QUEM SE INSCREVEU NA 3ª EDIÇÃO DO CURSO DE ESCRITA CRIATIVA
Bom dia, meus colegas e minhas colegas da arte de escrita!
Queria só dizer que, com grande pena minha, se vai adiar esta edição para o inicio do ano. Só há 5 pessoas inscritas e isso é muito pouco para a dinâmica a que estamos habituados nas nossas sessões.
Um grande abraço para todas e para todos,
ana luísa
Queria só dizer que, com grande pena minha, se vai adiar esta edição para o inicio do ano. Só há 5 pessoas inscritas e isso é muito pouco para a dinâmica a que estamos habituados nas nossas sessões.
Um grande abraço para todas e para todos,
ana luísa
Lembras-te como era
O tracejado branco na subida
escasso movimento na hora do almoço
pouco azul muita nuvem esparsas aves
curiosamente um corvo negro quedo
no campo próxímo de seara
centeio verde a cento e vinte
à hora A25 tarde de Domingo.
Nada de sinos. As estações fugidias
de ondas hertzianas frequência modulada
cassetes impróprias para consumo
mp3 impopular de AC/DC metálicos
permanece o silêncio e a memória.
A paisagem segue indiferente.
Distracção nas curvas de linha contínua
de novo a faixa, rectas de moldura
nas bermas de extensos tufos amarelos
arbustos lilás de lavanda e rosmaninho.
No caminho da autoestrada a Natureza não fala
sussurra íntima devagarinho por trás da nuca
desfaz as ceras do ouvido contorna o queixo
murmura e solta aromas de outras vidas.
Nos antigos dias de Verão
lembro voos de estorninho
o guloso melro das bêberas
os figos de mel maduro
os pardais e as caturras
de penas negras e alguns
brancos manchas de lixívia.
Recordo o movimento lento
das semanas tardes de sesta
e fugas pelas janelas.
Era pequeno entre o milho macio
de barbas finas e valente
nos cortes de melões e melancias
abóboras maciças.
Sigo a subida da estrada rolam as árvores
no rodopio de encostas a nitidez
de um pressentimento
retorno a uma Natureza que de hoje
é a mesma de outros tempos:
"Lembras-te? Lembras-te como era?
Vê como crescemos!"
Naqueles tempos circulava leite fresco
de mamilos em latas de asas e alumínio
ao fim do dia
passavam rebanhos de cajado e campainhas
ao fim do dia
e ceava-se de mãos postas e Avé-Marias
no mês de Maio
ao fim do dia.
Quando todos dormiam o eu noctívago
fugia sem dizer nada
pela noitinha
ao fim do dia.
Os amigos
contavam em cada um de cada um
a sua história algumas da apanha de amêndoa
da vindima outras de colégios internos
de cidades mais libertas menos sofridas
em grupos de dez doze menos meninas
havia sempre namorados
olhares de estrelas
o brilho escasso dos pirilampos
e ouço ainda a permanente melodia
o cantar único dos grilos.
Cento e vinte à hora tarde de Domingo
quando chego chego perto
no tracejado branco das descidas
sinto-me criança menino
encosto o carro na sombra
sento-me no tronco de oliveira
e observo as primeiras pintas
nas cerejas
e as "Maias" fulgurantes
companheiras de cores explosivas
na côr de lírios.
escasso movimento na hora do almoço
pouco azul muita nuvem esparsas aves
curiosamente um corvo negro quedo
no campo próxímo de seara
centeio verde a cento e vinte
à hora A25 tarde de Domingo.
Nada de sinos. As estações fugidias
de ondas hertzianas frequência modulada
cassetes impróprias para consumo
mp3 impopular de AC/DC metálicos
permanece o silêncio e a memória.
A paisagem segue indiferente.
Distracção nas curvas de linha contínua
de novo a faixa, rectas de moldura
nas bermas de extensos tufos amarelos
arbustos lilás de lavanda e rosmaninho.
No caminho da autoestrada a Natureza não fala
sussurra íntima devagarinho por trás da nuca
desfaz as ceras do ouvido contorna o queixo
murmura e solta aromas de outras vidas.
Nos antigos dias de Verão
lembro voos de estorninho
o guloso melro das bêberas
os figos de mel maduro
os pardais e as caturras
de penas negras e alguns
brancos manchas de lixívia.
Recordo o movimento lento
das semanas tardes de sesta
e fugas pelas janelas.
Era pequeno entre o milho macio
de barbas finas e valente
nos cortes de melões e melancias
abóboras maciças.
Sigo a subida da estrada rolam as árvores
no rodopio de encostas a nitidez
de um pressentimento
retorno a uma Natureza que de hoje
é a mesma de outros tempos:
"Lembras-te? Lembras-te como era?
Vê como crescemos!"
Naqueles tempos circulava leite fresco
de mamilos em latas de asas e alumínio
ao fim do dia
passavam rebanhos de cajado e campainhas
ao fim do dia
e ceava-se de mãos postas e Avé-Marias
no mês de Maio
ao fim do dia.
Quando todos dormiam o eu noctívago
fugia sem dizer nada
pela noitinha
ao fim do dia.
Os amigos
contavam em cada um de cada um
a sua história algumas da apanha de amêndoa
da vindima outras de colégios internos
de cidades mais libertas menos sofridas
em grupos de dez doze menos meninas
havia sempre namorados
olhares de estrelas
o brilho escasso dos pirilampos
e ouço ainda a permanente melodia
o cantar único dos grilos.
Cento e vinte à hora tarde de Domingo
quando chego chego perto
no tracejado branco das descidas
sinto-me criança menino
encosto o carro na sombra
sento-me no tronco de oliveira
e observo as primeiras pintas
nas cerejas
e as "Maias" fulgurantes
companheiras de cores explosivas
na côr de lírios.
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