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Marc Chagall "Enchantement"
Ternura. Prazer, mas também a valoração inquietante dos gestos ternos do objecto amado, na medida em que o sujeito compreende que não tem o privilégio
1. Não é apenas a necessidade de ternura, é também a necessidade de ser terno para com o outro: fechamo-nos numa bondade mútua, somos reciprocamente maternais; regressamos à raiz de toda a relação, aí onde a necessidade e o desejo se confundem. O gesto terno diz: pede-me seja o que for que que possa adormecer o teu corpo, mas não te esqueças também que te desejo um pouco, ligeiramente, sem nada querer para mim imediatamente.
Roland Barthes "Fragmentos de um discurso amoroso"