aquela direcção de espuma branca e sigo
o mar sobe-me pelas pernas
enquanto desce espreita
e de lado repete
é morno e sei que brinca
e a minha mão vai abrindo devagar
de polegar inútil ao líquido
de lado ele faz e desfaz as costas
e as pernas do meu desenho
molhado em séculos ao mesmo som
gasta tudo o que repete
e deixa-me as pernas vazias
é então que nesse espaço solto
entre ossos e mar
nasce devagar um engano de carne seca
de peso a quatro vezes a espinha
e o mar agora só sobe sem som
perpendicular a mim - a espuma
e uma cama velha de coral