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A aragem fina de Inverno ruboriza
de vapor incauto, incólume de sal
que se liberta no estado alucinado
sobrenatural.
O cais das letras, dissolvidas e ternas
sem a falsa consistência de serem muitas
e serem longas
repetem a doença, a bem querença
em muitas folhas de papel.
À vista, sem opacidades, no seu quarto
aprisionado no espelho de todos os mares
sobe as águas de golfinho.
Cristalino na cor do vidro
estende o corpo nu e a alma aberta
por sobre a manta dos quadrados
espera os versos, sonha-se poeta
sem ser jovem nem azteca.
Eis então surgem as luzes,
as danças e os brilhos
os brilhos dos vagalumes.
Por fim pode dormir, renascido
soprando cinzas.