segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Inebriada de Ar - eu sou


Toulouse Lautrec "La toilette" 1889

Provo bebida jamais fermentada –
De Canecas em Pérola esculpidas –
Nem os Tonéis todos que há no Reno
Conseguem produzir um Álcool tal!

Inebriada de Ar – eu sou –
E Devassa de Orvalho –
Tonta – em dias de Verão que nunca findam –
Saindo de tabernas de Azul da Cor do céu –

Quando os «Taberneiros» expulsarem
Da Dedaleira a Abelha embriagada –
E as Borboletas – seu «trago» recusarem –
Hei-de beber e beber sem parar!

Até que os Serafins acenem os Chapéus de neve
E os Santos todos – corram as janelas –
Para verem a pequena Ébria
Escorando-se no – Sol –

Emily Dickinson "Cem poemas" Relógio d'Água Trad. Ana Luísa Amaral

sim,é um livro



sim, é um livro, não mais de que um livro
dos que saem de oferta num jornal
a história de um sonho
no dia certo, sem tempo marcado.
um livro. não mais de que um livro
de capas pobres e folhas enceradas
um pouco brihantes, mal coladas

mas o que interessa são as palavras –