quarta-feira, 12 de novembro de 2008

um outro olhar...(3)

“estou triste…”

estou triste, sem saber o que fazer, nem para onde ir

estou triste, apenas isso


umas vezes gosto de mim e adoro o que faço

outras, nem por isso… e fico assim, triste

cabeça baixa, olhos no chão, querendo apenas desaparecer

ficar sozinho… calado… isolado do mundo que faz barulho demais


nstes momentos, apetece-me parar o tempo, desligar o botão e hibernar

meter-me numa campânula de vidro à prova de tudo

ou, se calhar, à prova de nada

por que o tempo não pára, o barulho lá fora é cada vez mais intenso

e não consigo ficar a ver tudo a acontecer


que fazer então?


respirar fundo, levantar a cabeça, olhar para o sol ou para o mar

e fazer como a natureza faz todos os dias

cada dia é um novo dia

poderá ser o primeiro ou o último mas isso não interessa

interessa sim é que é único e que devemos vivê-lo como a natureza faz


como se fosse o primeiro

ou como se fosse o último

Um poema de que gosto

Pablo Neruda tinha a sabedoria simples e profunda que atravessava as paisagens azuis
dos Oceanos e o fez correr mundos nas asas de belas poesias.

Para quem, como a maior parte de nós, foi desafiado a entrar pelas regras dos sonetos, no início do Workshop com a nossa "Prezada" Mestra, aqui vos deixo um soneto de amor que acho de rara beleza

XLV

Não estejas longe de mim um dia que seja, porque,
porque, não sei dizê-lo, é longo o dia,
e estarei à tua espera como nas estações
quando em algum sítio os comboios adormeceram.

Não te afastes uma hora porque então
nessa hora se juntam as gotas da insónia
e talvez o fumo que anda à procura de casa
venha matar ainda o meu coração perdido.

Ai que não se quebre a tua silhueta na areia,
ai que na ausência as tuas pálpebras não voem:
não te vás por um minuto, ó bem-amada,

porque nesse minuto terás ido tão longe
que atravessarei a terra inteira perguntando
se voltarás ou me deixarás morrer.

Pablo Neruda "Cem sonetos de amor"

ups... asneira

Peço desculpa à "imensa" mas acho que fiz asneira e sem querer apaguei o seu "mar"... não me perguntem como consegui porque nem eu próprio sei. Queria responder, porque o seu mar lembrou-me "um outro olhar" que tive em tempos... e apaguei. Tentei repôr e já não deu. Nem sabia que era possível eliminar o que alguém colocou no blogue. Desculpa "imensa" e desculpem todos os participantes no blogue (soumesmonabonestascoisasdainformática...)