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Fotografia retirada da internet
na luz que acompanha o interior da tua alma
cintila a curva oscilante do pêndulo;
um ímpeto sem atrito, o vazio lento.
subir montanhas e caminhar as fragas escorregadias
é um medo que não deves ter, digo-te.
de mão aberta sentirás a voragem segura da noite
a madrugada, o desejado primeiro raio do dia.
sobe, mais ainda, mais acima, a encosta brava das silvas
aperta a casca do salgueiro e observa a cor verde da figueira.
descansa um pouco, exausta e bela no labirinto das folhas
nas nervuras palpitantes das plantas; seivas vivas e maduras.
não sejas nunca seduzida pela magia das sombras - o disfarce triste.
adormece, quando os braços caírem, no induzido sono do sorriso
o sonho branco visto de cima -
aguarda no silêncio da lua a despedida do ar húmido
o ciclo fresco e breve do orvalho
o toque de veludo e a seda repetida -
José Ferreira 18 Maio 2011