Não engole, digere,
é planeta, dimensiona-nos,
espaço e lógica do nosso papel.
Ama-se assim,
em abandono, sem força,
à música que o manipula com um sopro
numa dança contemporânea, onde se cai e rebola,
onde se pára no silêncio e se mexe só os olhos devagar.
E como se deseja,
se espalha e se abre na pele de todos, sempre nua para ele
que despimos, novos e velhos, e lançamos em sentida oferenda,
numa troca bem pensada, onde pelo nada de quem nada teme ao nadar
em ondas que nem sempre vemos crescer, já sem fôlego, se recebe o sabor de todo o ser,
não refinado, não mutilado, em ferida aberta
que dói, mói, arde e sara
salga a humanidade.