quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
Irei eu em todas as minhas mãos - um poema de Catarina Nunes Almeida
Irei eu em todas as minhas mãos
pégasos e ventanias
o corpo preso por um frio gentil
o corpo a tilintar de sonhos.
Serei eu o que ele for
na cavalgada.
Catarina Nunes de Almeida, Bailias, Deriva, 2010
o lado esquerdo, suspenso
Tamara Lempycka
nesta mesa coxa que oscila no café
traço uma diagonal que liga os fragmentos dos dias.
apoio com força o braço no canto mais direito
para que permaneça quieta
para que possa passear os dedos ternamente pelas letras
para que o lado esquerdo, suspenso
ganhe aquelas asas que reconheces
como raios de seda como luz que se acende
na volta do teu rosto na volta do teu corpo
até que sossegues
e adormeças -
josé ferreira 20 Dezembro 2011
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