Que farei quando tudo arde
Sá de Miranda (1481-1558)
Sobem protestos
Em alto som
Esmagas o grito
Abafas o tom
Asfixias
Trazes de volta
O silêncio imposto
Volta a revolta
Medos no rosto
Angustias
Tua existência
Numa fogueira
Tua insistência
Queimar inteira
Nós queremos
Teus olhos surdos
Sinal de aviso
Os teus discursos
Sem improviso
Queimaremos
Tua arrogância
Numa lareira
Pôr-te à distância
De que maneira,
Em alto som
Esmagas o grito
Abafas o tom
Asfixias
Trazes de volta
O silêncio imposto
Volta a revolta
Medos no rosto
Angustias
Tua existência
Numa fogueira
Tua insistência
Queimar inteira
Nós queremos
Teus olhos surdos
Sinal de aviso
Os teus discursos
Sem improviso
Queimaremos
Tua arrogância
Numa lareira
Pôr-te à distância
De que maneira,
Nós faremos?
Talvez assim
Neste poema
Ardas por fim
Saias de cena!
Ardas por fim
Saias de cena!