sábado, 6 de junho de 2009

Paul Eluard



Pintura de Eluard efectuada por DALI


Paul Eluard - Poeta

Eugène-Émile-Paul Grindelul
* Saint-Denis, França - 1895 d.C
+ Paris, França - 1952 d.C

O poeta Paul Éluard nasceu no ano de 1895 em Saint-Denis, hoje um subúrbio ao norte de Paris.
O poeta francês foi autor de poemas que circularam clandestinamente durante a 2a Guerra Mundial, contra o nazismo.

Participou no movimento dadaísta, foi um dos pilares do surrealismo, abrindo caminho para uma ação artística mais engajada, até filiar-se ao partido comunista francês. Tornou-se mundialmente conhecido como O Poeta da Liberdade.

Aos 16 anos, Paul Eluard contraiu tuberculose, o que o obrigou a interromper seus estudos.

No sanatório de Clavadel, na Suíça teve o primeiro encontro com Manuel Bandeira. Foi o primeiro encontro de Éluard com um grande artista brasileiro.

Na Suíça, no Sanatório de Davos, ele conhece uma jovem russa, Helena Diakonova, que ele chama de Gala. Os dois casaram-se durante a guerra, em 21 de fevereiro de 1917. Sua impetuosidade, seu espírito decidido, sua cultura impressionam o jovem Éluard, que encontra nela seu primeiro impulso de poesia amorosa. Juntos, eles lêem poemas de Gerard de Neval, Baudelaire e Apollinaire. Em 11 de maio de 1918, nasce sua filha Cecile. Viveram juntos até 1929. Gala em seguida se casaria com o pintor espanhol Salvador Dalí.

O “Éluard”, adotado depois, era o sobrenome de sua avó materna.

Embora o trabalho de Paul Éluard tenha conhecido várias fases - foram dezenas de títulos publicados entre 1913 e 1952, ano de sua morte -, Paul Éluard tornou-se conhecido principalmente pela sua poesia surrealista. O poeta formou-se num momento extraordinário da vida cultural francesa.


André Breton e Louis Aragon

Conviveu intensamente com poetas como André Breton e Louis Aragon e artistas plásticos como Picasso, De Chirico, Dalí, Magritte, Miró, Man Ray e Chagall



Liberdade

Nos meus cadernos de aluno
Na minha carteira e nas árvores
Na areia e na neve
Escrevo o teu nome.
(…)

Nos campos do horizonte
Sobre umas asas de pássaro
Sobre o moinho das sombras
Escrevo o teu nome
(…)

Na vidraça das surpresas
Nos lábios que estão atentos
Muito acima do silêncio
Escrevo o teu nome.
(…)

Na ausência sem desejo
Na solidão despojada
Na escadaria da morte
Escrevo o teu nome.
(…)

Sobre a saúde refeita
Sobre o perigo dissipado
Sobre a esperança esquecida
Escrevo o teu nome.
(…)

E pelo poder da palavra
Recomeço a minha vida
Nasci para te conhecer
Nasci para te nomear
Liberdade

S.O.S.

Uma brisa leve
acalma a contrariedade
do S.O.S.

Sonho com tréguas de luz
deitado na marquesa
no estado vegetal da hipnose.

Liberto-me dos ecos
labirintos de emoções
e acordo dos socalcos
de ar luminoso
latejado de sorrisos.