sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Um outro olhar...(9)











“no topo do mundo...”

é tão bom subir às montanhas mais altas
sentir que estamos no topo do mundo
ver como somos tão insignificantes
e como tudo é tão efémero nesta vida

no topo do mundo
vemos tudo
vemos homens grandes que se julgam pequeninos
e tantos, tantos homens pequeninos que se julgam grandes

daqui, vemos as casas, os carros e as pessoas
os sorrisos e as tristezas
tanta riqueza no meio de tanta pobreza
daqui vemos tudo

ou, se calhar, não vemos nada
apenas sonhamos que vemos
e, às vezes
é melhor sonhar do que viver

viver dói... porque é real
sonhar... é ir ao topo do mundo
aquele sítio onde tudo acontece
aquele sítio onde nada acontece

3 comentários:

Nuno CA disse...

ps - para além de se "apetecer comer"... a poesia leva-nos muitas vezes ao "topo do mundo"... aquele sitio onde tudo acontece... aquele sitio onde nada acontece...
e que melhor sitio para conspirar do que o topo do mundo? vamos?...

Anónimo disse...

Lindo. O topo do mundo pode ser a terra dos sonhos; um rio, um fraguedo, uma montanha onde só o vento passa a arrastar as asas. Um lugar onde tudo acontece e nada acontece....

josé ferreira disse...

As montanhas que visitei não foram de certeza no topo do mundo, pequenas.
Recordo a maior subida a montanhas de pouca neve, acima de Lancaster em Inglaterra, no chamado distrito dos lagos. Nesse ponto mais alto recordo águas correntes de superfície gelada e as marcas das ovelhas à solta sem redil.
Nos pontos altos, nas altas montanhas não nos sentimos pequenos
mas em vez disso respiramos os fumos mais perto dos divinos, sentimos o limiar da fronteira entre o céu e Terra. Ao mesmo tempo sentimos a distância das rotinas e esse oxigénio de outra qualidade invade-nos de corridas as artérias.
Gostei do teu falar com as nuvens, no topo do mundo.
Parabéns e continua a publicar!