segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Borboleta

Rompeu o seu casulo
O bicho feio e esponjoso
Esvoaça de flor em flor
Bate as asas sem parar
Esquece toda a sua dor.
É colorido o vestido
E um sorriso traz em si
Um bicho tornar-se mais belo
Eu juro que nunca vi.
Esvoaça, flutua, ondula,
Saltita, crepita, volteia
Com elegância e leveza
Vai espalhando pelo campo
Suas cores, sua beleza.
Desenha linhas direitas
E outras mais sinuosas
Só eu posso vê-las riscadas
No céu azul que a acolhe
Como vidas desenhadas
Mais simples ou tortuosas.
E asas assim tão leves
Como essa borboleta
Queria eu ter para mim
P’ra voar tão leve e solta
Na frescura da violeta
Das papoilas, do jasmim.

Elza

3 comentários:

josé ferreira disse...

O teu poema voa leve e solto na frescura da violeta, das papoilas e do jasmim.
Foi-se o bicho esponjoso e voltou a borboleta.
Foi a forma mais bonita que já encontrei de descrever a metamorfose. Parabéns!

liliana disse...

Adoro borboletas e adorei o teu poema, que lembra o voo solto e colorido de uma borboleta na sua eterna metamorfose.

A desalinhada disse...

ESte teu poema ,Elza, é lindo, colorido, leve e delicado como uma borboleta!
É delicioso vê-las esvoaçar, esbanjando beleza, elegância e encanto!
Carl Sagan, no entanto, comparou-nos, a nós, na nossa fragilidade, mas também na nossa vaidade, às borboletas:
" We are like butterflies who flutter for a day and think it is forever."
Se calhar, ele tem razão! Às vezes esquecemo-nos como tudo, na vida, é tão transitório, tão precário!
Mas, gosto muito de borboletas e gostei muito do teu poema!
M.C.