domingo, 5 de outubro de 2008

Amanheceste em mim pelo poente
Um fim de tarde azul e sorridente
Rosa e jasmim sem tempo era novembro
O caminho sorria-me por dentro
Rumei com os teus passos no meu peito
Amor e riso de silêncio feito.

Maio chegou cresceu fez-se gigante
A flor desabrochou e foi ternura
Roxos os lírios belos girassóis
Infinitos os sonhos terna amante
Abriram mares de luz em terra pura.

Da vida gesto abraço beijo mosto
Aurora boreal e dom de agosto.

Colhemos horizontes céus fagueiros
O mar veio oferecer-nos loira areia
Sempre que os nossos olhos se tocaram
Tendo por fundo apenas o luar
A vida e o futuro a conquistar.

E as searas sorriram sóis e luas

Sentimentos jardins loiras espigas
Infinitos efémeros nuvens nuas
Ligando estrelas girassóis e lírios.
Vesperal é o canto do amor
Amanhecido em nós e feito flor.

José Almeida da Silva
In "Amanheceste em mim pelo poente"

3 comentários:

Elza disse...

"Amanheceste em mim pelo poente
...
Sempre que os nossos olhos se tocaram
Tendo por fundo apenas o luar
A vida e o futuro a conquistar."
Liiindo!

A desalinhada disse...

Este poema é lindíssimo! Tem luz, tem flores e cheira bem, a rosas e jasmim, a mar e a lírios roxos!
" Vesperal é o canto do amor
Amanhecido em nós e feito flor."
Parabéns, José!

Elza disse...

Ah, uma sugestão, para quem publicou (foi a Celeste?): Falta o título da mensagem/ poema, o que só abrilhantará este post já de si tão bonito.