terça-feira, 25 de maio de 2010

Sem

Em cada morte há uma ausência eterna
Um vazio irrepreensível, silencioso e cheio
Em cada morte há uma luz que se perde
Um grito que se silencia na carne

Não há sentido na ausência
Não há corpo na memoria física

Olho o corpo frio, sem cor
Já não sei onde estás -

O luto é uma treva transitória
Tatuagem na mente e na pele
Uma luta vã pelo que já foi
Apesar da vida que fica

A saudade permanece
Morta-viva sem (a)braços

Há algo vivo nesta morte ainda viva em mim
Há algo de morte que me impregna os sentidos
Adormecidos de dor

Sentidos sem-abrigo
Sem o teu - abrigo

1 comentário:

josé ferreira disse...

Lliana, a morte "um vazio irrepreensível, silencioso e cheio" "um grito que se silencia na carne" e a morte é sempre ficar "sem". gostei muito.