quinta-feira, 1 de abril de 2010

a floração de um fauno


Pedro Bakst "Nijinski como um fauno"


floração de um mês de abril sem actos falhados nem afasias.
interrogações contemplativas.

unidade,evolução e terapia nos lírios brancos
apesar de um descontrolado de um jardim
onde residem inconstantes pétalas e assimetrias;
recantos de bolbos por crescer e diferenças
de ervas invasivas.

em abril há um princípio de primavera, cíclicas vidas
como os ciclames da pérsia, independentes;
cinco lemes de vento num mar de barcos distraídos
em sonhos permanentes.

em abril há os céus intempestivos e os espaços;
gestos completos de palavras
pequenos pormenores de aromas e folhas de serrilha
e o encurtar de distâncias nas sombras de origamis.

em abril há pássaros voadores em árvores ainda despidas
e as metamorfoses de noites intermitentes;
um bailado de faunos alados nítidos de mitologias
e poemas -

1 comentário:

Joana Espain disse...

Viva a liberdade! Espero que a gozemos em Abril, com 'terapêuticos Lírios, espaços de gestos de palavras, sombras de origamis' e todos os 'bailados de faunos alados' a que temos direito em Abril! Obrigada José