quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

O poeta- mar de novo

Ser poeta é ser capaz de resumir o agasalho
e não ter frio.

Mergulhar no Oceano tropical de listas
nos corais belos circundados de caminhos
que não ferem os joelhos os nós dos dedos
e dizê-los
entre risos de golfinhos luzidios
- como são belos alegres elegantes
os caminhos de corais e dos golfinhos.

È tocar o chão do mar às escondidas
das anémonas no colchão das arrecuas
de duzentos caranguejos.

É dançar com lavagantes e lagostas
nos braços de uma sereia
afagar-lhe os cabelos
beijá-la nos cotovelos.

Ser poeta é ser capaz
de sonhar os outros sonhos
entrar num mar de novo
e ser peixe
dentro deles.

1 comentário:

M. disse...

E aqui José gostei muito que beijasse os cotovelos à sereia. Porque não? Um poeta tudo pode. Um poeta goza primaveras delícias dentro dos mais frios termómetros. E o oposto também é válido. Já vi muitos poetas recheados de lã quando o sol nos afligia.
Os poetas são natas frescas sem canela. E a poesia é este doce sem controlo ou insulina.
Um dia também quero ser poeta, desdenhar do clima e entrar dentro dos peixes com os lábios cheios de riso e cotovelos de sereia