quarta-feira, 11 de abril de 2012

Tempo em suspensão

É cedo para renascer
Há vontades e desejos contrafeitos
Sonhos apertados nas paredes
Beijos pendurados no ar.

É cedo para voar
O tempo parado aguarda a manhã
O colo da mãe redesenha-se
Os braços são berços de embalo.

É cedo para partir
Há calor nos espaços vazios
O ar é visível e as pontes móveis
As casas movem-se incertas com o vento.

É cedo para amar
Uma liberdade desconhecida
A que se conquista
Na doce dança dos olhares.

É cedo para falar
As palavras não dizem, escondem apenas
Nos muros guardam-se os medos cimentados
Segredos a desflorar na mente
É cedo para os contar
Agora que é tarde para apagar a lenta sombra da desilusão.

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