terça-feira, 31 de janeiro de 2012


talvez os polegares não desviem as águas
dobradas pelas raízes 
em conversas a fio
pensava nela a regressar das raízes pelas mãos
de como se lembra de toda a água que já foi
e se ouve ainda o fechar da maré 
em cada rotação dos seus olhos
ouvia repetidamente
divide a luz se te atreves
e talvez aí a sombra
cada célula 
grávida de um segredo:
não espero da água 
o que espero de mim
que no código de vez em quando 
tenha sobrado um verso:
pode levar-se uma pergunta ao infinito
ou dar-lhe um beijo

1 comentário:

josé ferreira disse...

Joana,

gostei muito do poema de águas, marés e raízes onde surge a interrogação de dividir a luz e afastar a sombra.
um poema que principia num "talvez os polegares..." e termina numa dúvida subtil e exclamativa "pode levar-se uma pergunta ao infinito/ ou dar-lhe um beijo"