quinta-feira, 3 de novembro de 2011

por uma luz real




A rapariga debaixo da luz verde
da árvore
parecia usar a máscara disforme
dos pesadelos.

Era uma imagem nítida,
quase branca.

Fumava.
Olhava-me para dentro do medo
sem rosto
debruçada, lenta, circular.

Era noite.
Eu estava na rua à tua espera.
Na rua não, no carro.
Eu estava no carro de vidros abertos
de olhos abertos
debruçada.

Mas felizmente tu chegaste
com a tua luz real (tão real)
para me interromper o pesadelo.

Filipa Leal lida aqui

Sem comentários: