sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Na saleta de Amy Lowell


Coco Chanel retirada da internet

A voz estende
a gravura japonesa.
O vento repousa. A campainha dorme.
Desfaz-se o oiro
da coluna invisível
do livro onde Keats esqueceu os verbos.
Luz espraiada,
o suspiro ascende.
Demora a curta fantasia
dos cavalos de seda.

A glicínia nasce
do ventre do poema.
Uma cadência morre. Um amor desagua.
Atenua-se a vertigem
do azul crepitante
da crónica onde o príncipe galga as grandes lages.
Sono ardente,
a mão oscila.
Acena a branca viagem
da bússolas da tarde.

em "Tiago Veiga Uma biografia" de Mário Cláudio

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