quarta-feira, 22 de setembro de 2010

aquela parábola de um livro de Jacob




aquela parábola de um livro de Jacob
por um prato de lentilhas Esaú
guloso ou faminto ou exausto
ou simplesmente na condição de um nome
exemplo no tempo e no espaço.

na essência do caso debruço-me no abismo
e imagino o cansaço os trajes gastos
só as poeiras na cor das sandálias.

os olhos azuis e estrábicos
talvez um cajado um encosto
um suporte de músculos mártires
e o aroma ondulante cinzelado e curvo
pelo ar como uma serpente
vem. vem. vem. o alimento.

pois e se e talvez antes do pai a morte.

na mais completa sedução Jacob
de colher de pau . provando.
saboreando. de novo sorvendo.
olhos vermelhos e inflamados
falas de diabo e ausências de remorso
desculpando a culpa aceitando toda a justiça
de uma mais que aceitável troca . que bom!

um prato de lentilhas mil moedas para um faminto.


de qualquer forma estava predestinado
talvez os astros pois sonhou anteriormente
de voltas e revoltas nos sonos encobertos
primogénito. primogénito. primogénito.
um dia. um dia. um dia.

o alcance egoísta o objecto a coisa o material
e não será concerteza um só caso singular
tantas e tantas vezes por um prato de lentilhas
se atiram os sonhos longe muito longe

como pérolas ao mar –

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