Gustav Klimt "Castelo sobre a água" 1908
A casa é a harmonia pentagonal,
As estrelas debruçadas à janela,
Dinâmicas cozinham iguarias
Enfeitadas com flores de hortelã.
A casa é reunião de treze comensais
– A força do poder e do sublime –
Estimando as leis universais regidas
Pelo céu, e sempre cinco no total –
Cores, sabores, tons, metais
Vísceras, planetas, orientes
E do espaço cinco regiões,
Cinco sentidos, não seis que são demais –
Eis a Terra toda em sensível plenitude.
A casa é também Poesia, Vinho e breve Spleen
E a Alegria de estar assim em união, nutrindo
O corpo, o espírito e a magia surgida da cozinha
Transtagana. Janeiro em Abril é Mulher e é Viola
E acordes em estreia absoluta. Em tudo melodia.
Melodia é ainda a casa toda – há ecos do direito
E monarquia – as Cortes de Coimbra, os discursos
Exaltados a favor do Grão Mestre de Avis –
a eloquência na argumentação, a força do braço
Em Aljubarrota, as fontes da Lei Mental de D. Duarte
– Um baluarte, o João das Regras!
Bendito seja quem assim recebe.
Abril, 2010.
José Almeida da Silva
2 comentários:
José, este poema é especial pela fiel poesia de algumas noites. Também pelo "breve Spleen" de Baudelaire; sonho
e partilha de estreias culinárias e de versos e de ecos que continuam nos regressos ao fim da noite.
"O corpo, o espírito e a magia ...em tudo melodia"
"Bendito seja quem assim ... escreve!
João das Regras nº 5! Um delicioso castelo de poetas! Beijinhos! Elza
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