sexta-feira, 6 de março de 2009

Vicky Cristina Barcelona

Tu és tão forte
Abeira-te a morte
E a vida
Na mesma intensa
Corrida
Flor vermelha
Bem garrida
Do teu sangue quente
Escorre
Toda a paixão
Que te move

Tu és tão doce
Antes da paixão
A posse
De um amor
Que consumiu
Todas as notas
Da guitarra
Que bem assim te tocava
E a tua flor abriu
Só no fim tu percebeste
Que pouco afinal te moveste
E foi o amor quem fugiu

Tu és tão livre
Solta-te ao mundo
E vive
Procurando procurar
Quem tu és
Já pouco conta
Tu és quem sempre te encontra
És prémio de quem achar
Só no fim tu percebeste
Que parada te moveste
Sem nunca deixares de andar

5 comentários:

Joana Espain disse...

Obrigada! Esta mensagem foi 'no ponto!'
Gostei!

josé ferreira disse...

Marlene enquanto eu apenas fui capaz de poetisar uma cena, a cena de Vicky, tu conseguiste sentir-lhe a alma e resumiste de forma notável a personagem. Não tenho dúvidas quanto, se existisse, se reveria nos teus versos essa Vicky de Woody Allen.
Gostei muito!
Ainda bem que aderiste ao desafio vamos esperar os próximos.

Bjo e muitos parabéns!

M. disse...

Obrigada José,

Na verdade não são as 3 estrofes sobre a Vicky. Mas sim sobre as 3 mulheres do filme. A primeira é sobre Maria Elena e ao mesmo tempo sobre Barcelona, pois acho que o título sugere mesmo isso, que Barcelona é a 3a mulher e também personagem. A 2a estrofe é sobre Vicky e a 3a sobre Cristina.

A. Roma disse...

Caríssima,

Achei "garrido" a força da paixão a mover-se em todas as direcções.
Achei doce a flor aberta sem movimento que não nos dedos da guitarra.
Achei o prémio na liberdade da mulher que não sabe quem é.

Achei...Achei o poema...e quando o encontrei já era ele quem me encontrava.

Há poemas felizes:) Excelente.

josé ferreira disse...

Marlene faz todo o sentido, a falta de compreensão é minha. Assim ainda acho melhor depois do teu olhar profundo e o meu diagonal.
Na minha interpretação da personagem Vicky, como central entre os dois mundos diversos de Cristina e Maria Helena, vi as três possibilidades, essa a razão de falar na alma.
Deixo esta interrogação: se não houvesse o tiro como seria?
Também devo dizer que aquele tiro me pareceu muito forçado, pouco perceptível e talvez o que menos gostei no filme.
Esse paralelismo que estabeleces entre Maria Helena e Barcelona parece-me muito bem ou talvez como disse a Joana "no ponto".