sábado, 21 de janeiro de 2012

Soneto a uma fotografia do calendário Pirelli


(fotografia do Calendário Pirelli 2012)

O seu cabelo preto parece escutar,
sua forma prendida em concha,
a praia nua espreita o véu na onda
escurecida na areia tremeluzente.

É o vazio que ajusta a própria luz
e na calma dobrada o banho adorna.
O fio de espera nos lábios agarrando-se,
contendo em recuo o som da corrente.

A rebentação nasce como arrepio e sal,
retém o centro, como rocha, rodeada
pelas vénias de rastejamento aquático.

A música que ela escuta e não vês
é barco que gela quando naufraga a tal,
batendo na espiral que talha o teu mar.

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