sábado, 29 de janeiro de 2011

O azul líquido do Grand Canal


O azul líquido do Grand Canal


O azul líquido do Grand Canal
Em Veneza incendiada.

O vestido de cetim branco
Num corpo de Angeline
Debruçado sobre a noite.

Lustres de luz de murano
Num palácio outrora habitado
Balzac ou Proust?

O olhar enganador de cândido
O vilão que não era.

Pontes e canais e gôndolas
Um nevoeiro nocturno
A dissipar-se.

O amanhecer de ouro
Na cidade que flutua
E sabe
De um “cristal clear”
Que há lábios em todas as gôndolas.

Olho em volta
O escuro de uma sala
O momento escondido que se deixou
Atravessar de cenários, belezas de cinema
E um ecrã, perto, perto de mim.



Auxília Ramos

1 comentário:

josé ferreira disse...

Olá Auxília

um poema harmonioso e suave onde as gôndolas passeiam o "azul líquido" do Grand Canal onde "um nevoeiro nocturno/ a dissipar-se." e " um "amanhecer de ouro na cidade que flutua". gostei muito.

Bjo.

José