sexta-feira, 23 de abril de 2010

DIZER-VOS ‘OBRIGADA’.

Dizer-vos ‘obrigada’ pelo encontro de ontem. Ao texto da conferência em que estou (ainda…!) a trabalhar, cujo título é “Topografias em (quase) dicionário: Rotas e travessias” e que apresentarei na próxima Terça-feira, acrescentei hoje um parágrafo. Vem a seguir à travessia entre poema e leitor e a Alberto Pimenta e Nanni Balestrini, falando sobre a diferença entre leitor e público. E diz assim:

“(…) Convoco uma experiência que me está muito próxima. De há uns dois anos para cá, tenho dado pequenos cursos de escrita criativa, que vão agora na sua terceira edição. A partir desses cursos e da amizade que foi sendo construída, construímos também um blogue (http://www.omarpareceazeite.blogspot.com/) e temos feito jantares mensais. O último desses jantares foi há precisamente seis dias. A um oceano de distância de outra partilha numa língua comum, partilho aqui e agora convosco da alegria dessa travessia real que é escutarmo-nos uns aos outros, em poemas trazidos por jovens e menos jovens, com profissões que vão desde a de empresária, professora de física ou professor de literatura, à de jornalista, tradutor ou psiquiatra. Alguns poemas vêm em cuidados manuscritos, acompanhados a cor, outros, dactilografados, outros ainda em pequenos papéis de ordem vária e forma irregular.
Neste último encontro (e porque nos tornámos mais exigentes no tocante ao espaço em que celebramos a poesia, dispondo agora de um local onde ela pode ser, ao lado de ementas elaboradas, experimentada a desoras), a viola prometeu vir a tornar-se um acompanhamento habitual – e a ela juntar-se-á, tudo indica, o saxofone. Talvez um dia destes alguém traga uma flauta, nunca se sabe. Ou um oboé. Não descurando o rigor, que, seja como for, no nosso caso é, felizmente, diverso do metodológico, porque assenta nas intensidades, estes são trânsitos que se situam fora de muitas elaborações teóricas e passam sobretudo pelo prazer da beleza, pela vivência de uma experiência estética apoiada na presença do outro, vivo, e no verdadeiro exercício dos cinco sentidos em torno da poesia. (…)”

Obrigada pelo sentir. Pela inspiração. E pela amizade.

ana luísa amaral

5 comentários:

josé ferreira disse...

Olá Ana Luísa

cresceu um grão de açúcar, juntou um e um e outro e resultou na entrega e partilha de um e um e outro e ainda mais versos e tornou-se poesia de raios e orvalhos dos mais diversos e criou raízes e as raízes criaram terra e o mar foi uma serra de árvores que nas águas onde costumam andar os peixes fez nascer azeite.

Muito obrigado à Ana Luísa sem a qual não existia nem o clima nem a poesia deste encontro.

Grande abraço amigo

auxília disse...

Obrigada, Ana Luísa, pela partilha do excerto da sua comunicação. Obrigada, ainda, por nos incluir numa partilha maior, a da sua vivência estética da poesia, do outro lado do oceano. Obrigada, sobretudo, pela magia de nos reunir a todos, tão diversos, mas tão iguais. Na paixão pela aventura poética, na possibilidade de nos revermos na presença do outro, no exercício de nos escutarmos nas palavras de cada um. Sem teorias, nem metodologias, numa espontaneidade tão criativa que fez da cozinha um laboratório de sabores e saberes, do velho vinil um concerto na broadway, do "demo tape" um auto vicentino, duns acordes de viola uma sinfonia de emoções, do medo um exercício de "revisitações" - de tempos, de espaços, de viagens, de abraços sem braços, ou de braços sem abraços... e de relâmpagos fogo de artifício em noite de estrelas...

Um abraço de amizade para todos.

liliana disse...

Obrigada pelos momentos de magia, estrelas e poesia que me iluminaram o sorriso e me tiraram o sono numa noite quente de amizade e poesia. fértil de sonhos e onde o tempo e o espaço pararam na estação do sonho e da cor.
Obrigada a todos.
Liliana

Elza disse...

Obrigada Professora Ana Luisa pelo enriquecimento que trouxe e continua a trazer à minha vida, pela partilha e por não nos 'deslargar'! Obrigada José por manter o blog bem vivo, obrigada Ana pelo jantar inesperado em ambiente delicioso, paredes de pedra, discos de vinil. Obrigada Professora Auxilia porque um bocadinho do que sou é o que o Colégio me fez. Obrigada a todos por continuarem a fazer poesia! Posso não conseguir escrever neste momento, mas quero sempre seguir-vos! Beijo grande! Elza (Pi)

Joana Espain disse...

Obrigada a todos pelos olhos tão diferentes e tão abertos e tão juntos. Espero que seja só o início de um encontro.

Obrigada Ana Luísa pelas sementes que vai lançando com tanto jeito.