quinta-feira, 2 de julho de 2009

Biblioteca

Bibliotecas nítidas na identidade primária
número:três cinco seis seis um sete seis.

As gavetas de fichas brancas
o cartão roído na procura dos livros.

Escolhia o Nobel da América: Steinbeck
"Vinhas da Ira", " Pérola", "Pastagens do Céu".
Místicas de quadros vagabundos, um pós guerra
sinais de fumo sujo nos "Bairros da Lata".
Personagens cativos e o leitor jovem no início
suspenso de palavras inscritas de feitiços
"A um Deus desconhecido".

Os dias no grande edifício dos claustros, altos
onde vento zumbia de subidas nas escadas de pedra
à grande sala onde pousava o silêncio dos olhares
leitura doce, ácida, alcalina de enredos, fantasias.

Os grandes livros no traço usado de riscos indevidos
os sublinhados, as capas de pele, macias; as palmas
como insignias de almas despertas, ali, vividas.

Tantos e tantos dias de Biblioteca
onde lia os primos versos dos poetas
sementes pequenas ainda inertes
de "... Leonor pela verdura..."
por "... mares nunca antes navegados..."

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