quarta-feira, 1 de outubro de 2008

A água escreveu um seu cantar de amor

A Ana Luísa Amaral

A água escreveu um seu cantar de amor

Os jardins são assim diurnos,
Nocturnos mas este é iluminado
Por uma mesa seis palestrantes
Em instantes de iluminação.

No centro deste jardim há
Uma fonte de onde brotam
Construções e flores de várias cores
Vermelhas, castanhas, brancas, verdes
O verde, esse, anuncia a água
– A Génese do Amor – pura água
Que dessedenta quem ousar bebê-la,
É uma experimentada água para dar
De beber a quem tem sede e fome de amar.

A medo cintilam três luzes mas a inteira luz
Vive somente no interior da fonte do jardim.

A fonte, essa, teve o coração a prémio
E venceu o jacto, e venceu a força.

A água escreveu um seu cantar de amor
E dessendentou as flores e a sua cor.
10.02.2007

José Almeida da Silva

3 comentários:

Ana Luísa Amaral disse...

o objectivo era exactamente esse!! trabalhar as palavras, ver como elas podem ser maleáveis -- e resistentes. gostei

Ana Luísa Amaral disse...

peço desculpa, este comentário era para o post seguinte... o que aqui queria deixar era o meu sentido agradecimento pelo poema! obrigada!

A desalinhada disse...

Há, neste poema, todo feito de luz, de cor e de água, uma leveza, uma transparência e uma musicalidade, de que gostei muito!
A água que é criação e vida, "escreveu um seu cantar de amor e dessendentou as flores e a sua cor"
Muito bonito!

Maria Celeste