domingo, 20 de janeiro de 2013


O teu rosto torna-se periódico às vezes
e persiste 
em oráculo 
a querer saber do meu
e dessa certa quantidade de gente à procura de gente:


É um enlace nos olhos dos bichos
uma energia claríssima
um fogo em artificio de espelhos 
com tendência para rios 

a cobrir devagar,
atrás de cada passo
acordando cada cão que se espreguice ao sol
transparente a cada mão, tão liquida 
(como a música 
mas menos horizontal)
e no entanto move-se 
como se ainda na sombra de uma luz que nos amedronta

e vai levando gente 
para a clareira mais provável
ao nível das nuvens dos átomos 
quando ainda se tocavam

alinha olhares inteiros de bicho
na inclinação certa de se imitarem 

é uma energia claríssima que depois se vem a saber 

2 comentários:

josé ferreira disse...

Olá Joana

é bom ler aqui, de novo, os teus poemas
destaco estes versos "uma energia claríssima / um fogo em artifício de espelhos / com tendência para rios"

Abraço

Joana Espain disse...

Obrigada e abraço grande José.