quinta-feira, 27 de setembro de 2012

só as árvores sabem


                             Felix Mas                       

os raios de sol de novo sobre a testa e as palavras.
o outono entrou pela chuva e espalhou as folhas.
mas há luminosidades
os teus olhos, os teus lábios –

escrevo-te na mágoa da ausência
na página branca
através de dedos coloridos e tinta permanente
e escrevo-te  para construir a seiva, sempre
para que ela circule e se liberte
na expansão mais célebre –

só os ouvidos das estátuas, sabem
só os versos quando escritos, sabem
só as músicas , sabem
só as cores espalhadas nas mesmas margens, sabem

só as árvores, só as árvores
sabem –


josé ferreira 27 Setembro 2012

1 comentário:

Anabela Couto Brasinha disse...

Olá José,

"sabem-"

"o outono entrou pela chuva e espalhou as folhas."

Belo poema!

E pergunto eu para quando (encontro) o espalhar das nossas folhas?!