sábado, 7 de abril de 2012

Hoje fiz tranças longas

Soluço palavras que não se podem dizer
Versos entrevados e proibidos
As linhas incertas onde se escondem as sombras
O não dito escreve em segredo livros da lua
(há ausências nas paredes etéreas da pele)
Onde dorme o medo agora que a luz branca se estende?
(fogem as formigas, partem sem adeus)
É tempo ora curto ora longo nas pestanas
Um Cronos tão inquieto que desassossega as nuvens
(os escrivãos escondidos anotam os estados emocionais)
Vã tormenta
(Eros chora o ontem e jejua)
Ninguém encontra o sereno rosto das sereias
Noite inquieta
Estranhos segredos escondem os deuses
(trovões)
Ergue-se a estrela mais alta e explode
Nada serena, tudo muda
Nascem poemas nas varandas
As flores sorriem presas nos cabelos longos
São tranças de mudança
Longas, com DNA helicoidal gravado em madeixas.

1 comentário:

josé ferreira disse...

Liliana

gostei muito, "...nascem poemas nas varandas/As flores sorriem presas nos cabelos longos/São tranças de mudança..." :)