domingo, 15 de janeiro de 2012

Natura

Quebraria algo e forçosamente,
fecharem olhos é até à mínima distância
sobre mar inteiro, sobre porto.

Teimosa ideia enquanto imagem,
mar, a ter o que não ter,
hastear vela, ali, onde fica.

Raio de limite ainda líquido
quase chega aos pés, no entanto,
brisa pode ou cheiro ou música
e o anúncio quando exaustos!

A seguir à areia, semáforo em fogo,
evasivo cansaço torna para som,
acende mecha, tudo por demais.

Nós, já um bocadinho mistos,
à força sobrevoar estrada,
praia, água, perpendicularmente.

Também voltar nas serras, vales,
e mais, repondo o toque,
visão que abrindo não deixe:
sem casa, sem verde azul mar!

3 comentários:

Anónimo disse...

Também queria hastear vela com meu mor ao largo!
Grande poema de amor, tempo e morte! Parabéns!

Pedro Reis

josé ferreira disse...

Anabela,

a forma original de deixar os versos suspensos; ressalto o início "Quebraria algo e forçosamente...sobre mar inteiro, sobre porto", gostei muito!

Clara Oliveira disse...

o teu verso é um "sobrevoar" a partir do qual pode ser tudo.