sábado, 22 de janeiro de 2011

Fim de tarde

fim de tarde
e de passeio
o dia já vai longo
rocha urbana
procura o céu de cimento
em sobrepostas camadas
paredes nuas, duras
de emoções e formas cruas
transforma-se
em laivos de brilho quente
reflexos de ouro
poiso do olhar de longínquo astro
vejo, não reconheço
o invertido espelho
brinca
em jogos de luz e sombra
formas redondas e esguias
buracos negros
para além da matéria
abrem-se portas
de silêncio
um novo mundo
salto no desconhecido

Clara Oliveira

1 comentário:

josé ferreira disse...

Olá Clara
é óptimo rever de novo a tua poesia. Gostei imenso deste poema e em especial do início "fim de tarde/e de passeio/o dia já vai longo/ rocha urbana..."

Abraço

José