terça-feira, 30 de novembro de 2010

a propósito da má interpretação de um canto suave


Julio Romero Torres "Amor sagrado Amor profano" 1908


por vezes misturam-se as palavras
e o que devia ser uma penugem de ave
um canto delicado, desafina e tropeça
transforma-se em raio, trovão e tempestade

e a culpa não inscrita nas palavras
torna-se culpa de verdade
uma barragem surda que segura as águas -

2 comentários:

André Domingues disse...

Tão musical, José.... eum arrepio final em: "uma barragem surda que segura as águas"

marsonoro disse...

que belíssimo poema, muito lindo... abraços de pássaro, em gotas