quinta-feira, 22 de julho de 2010

A árvore dos Pecados

ramdaq photography
O vento sem som.
Suave.
Sem ira, sem pressa, sem destino,
sem desfolhar o verde luxuriante da árvore.
Desliza, entre as folhas preguiçosas.

Suspensa num quase-que-cai indeciso,
uma maça vermelha, roliça e gulosa,
imagina-se Compal Ligth, em calda caseira ou saladas gourmet.
- Ah!... Quem me dera ser pêssego!
- Ah! … to be apple ou pomme de terre !
- Ah ! Que inveja!


Pelo tronco - majestoso, soberbo de si,
correm - no carreiro obediente,
formigas avarentas.
Fabricam carreiras e riquezas urgentes:
grão a grão, grão a grão, grão a grão
Muito pão.

No sopé,
ensonada, sob sete pecados mortais
Alice sonha chocolate e rimas em francês: ma mère, la mer, l'amour …

2 comentários:

josé ferreira disse...

Teresa gostei muito do poema, da forma como se espraia na surpresa dos versos e nos sete pecados mortais de realce a negrito.e tudo começa com suavidade e acaba com rimas em francês.
liga absolutamente com a imagem que escolheste.
Parabéns!

Elza disse...

"- Ah!... Quem me dera ser pêssego!
- Ah! … to be apple ou pomme de terre !
- Ah ! Que inveja!"
Gostei especialmente do ritmo e do pecado destes versos!