quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Brasserie


Cartier-Bresson "Brasserie"

o rapaz ruivo pôs um belo de um sorriso
a uma rapariga morena que lia o jornal.
esconderam ambos um mar rubro e oculto.
sem darem as mãos voaram até um planeta
alto e distante. não se via. existia
sem consequência.

ainda hoje se lembram as mesas da brasserie
na esplanada nada fria de Paris.
acrescenta-se o que poderia ter sido
enquanto se escrevem poemas, se leêm livros
e se lembra uma avózinha muito curiosa
no dia dos namorados.

1 comentário:

José Almeida da Silva disse...

Olá, José! Gostei muito deste olhar subtil sobre as personagens no espaço da "Brasserie". Nada frio! O café, o triplo olhar e o do poeta. O café, muito acolhedor. Os dos jovens, atingidos por Cupido ou por S. Valentim. A avozinha, imensamente curiosa, e a recordar os tempos passados. Mas o fait-divers não é nada em confronto com os momentos em que «se escrevem poemas, se leêm livros».

Parabéns e um abraço