quinta-feira, 19 de novembro de 2009

(retirado da internet)

Um pedido de desculpa pela ausência dos trabalhos de casa e pela minha ausência no próximo sábado.

Por ‘estes’ dias, tenho entre mãos um poema que não pára de crescer e estou a aprender, a aprendê-lo em conjunção com os outros meus exercícios poéticos. E parece que leva uma vida inteira…

O meu poema é ruivo, de olhos urgentes e persistentes. Ora sim, ora não, arrasta-se na minha perna esquerda para não perder de vista o(s) meu(s) destino(s). Abre as gavetas todas da cozinha e desarruma o(s) meu(s) tempo(s). Come de rosto encostado à minha mão para reduzir as distâncias da pele. Desliga o computador para me desligar do ‘para além dele’. Diz ‘tô tiste’ e pisca os olhos com a cabeça solene e inclinada, porque brincar é o verbo. Durante a noite, ouvem-se os passos apressados pelo corredor, à procura do ventre. Shiuuu… O meu poema é ruivo, é tão ruivo que me enche o colo todo.

ana lúcia figueiredo

3 comentários:

josé ferreira disse...

Ana Lúcia uma ternura de poema.Um poema ruivo do tamanho do mundo.
Permanece e publica. Sempre.
Parabéns.

Maria Inês disse...

que doçura! a imagem de um poema ruivo e traquina a desarrumar a cozinha e no fim querer regressar é fantastica. Li-o e imaginei-te imenso a leres alto o poema, com aquela pronuncia muito direitinha :) ficamos à espera de mais!
um grande beijinho e muitos parabens!

Clara Oliveira disse...

Lamento a tua não vinda. Quanto ao poema ruivo que andas a construir, desconfio que deve ser um dos teus mais bonitos poemas. Bj