quarta-feira, 4 de março de 2009

Tempo da corda

Menina de sabrina
de braços bem abertos,
na corda de tolos encantos
que julgam o tempo encantar:
- Leva uma sombrinha na mão!

Do susto da plateia, da pirueta
que feriu, só palmas,
pela sombra penduradas:
- Mãe, são palmas ao tempo
ou ao tombo?

A ventania assim veio
voava a sombra varada,
agora sem palmas, pendurada:
- Mãe, cresce-se com tempo
ou vento?

Era a noite que se seguia
a corda que desencantava,
a sombra sem sol de bengala:
- Mãe, morreste de tempo ou de alma?

2 comentários:

josé ferreira disse...

Joana gostei muito deste teu poema. Há uma história que começa alegre pouco a pouco se cobre de sombra e versos fortes.
Gostei particularmente de
" A ventania assim veio
voava a sombra varada"

"cresce-se com tempo
ou vento?"
e de toda a quadra final que está fantástica.

Bjo e parabéns

M. disse...

Concordo inteiramente com o José.
E acho ainda que os últimos versos de cada estrofe em jeito de diálogo dão uma vida imensa ao poema.

Muitos parabéns