segunda-feira, 16 de abril de 2012
Metade do Mundo - um poema de Leonard Cohen
Todas as noites ela vinha ter comigo
Eu cozinhava para ela, servia-lhe chá
Ela tinha trinta e tal naquela altura
conseguira fazer algum dinheiro, vivera com homens
Deitávamo-nos para dar e receber
debaixo do mosquiteiro branco
E uma vez que nenhuma contagem começara
vivíamos mil anos num só
As velas ardiam, a lua descia
a colina polida, a cidade leitosa
transparente, sem peso, luminosa,
destapando-nos aos dois
naquele chão fundamental,
onde o amor é fortuito, desatado, desencarcerado
e do mundo perfeito se acha metade.
Leonard Cohen "O Livro do Desejo"
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1 comentário:
[os delicados versos que se procuram por anos e anos,
e que na pequena pele do livro
se fazem palavra mágica pelo sopro mágico
dos que já nasceram poetas.]
um abraço,
Leonardo B.
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