sexta-feira, 26 de setembro de 2008
trabalho para casa - 6
últimos dias:
um livro aberto
à três mil anos
com desenhos de baleias,
À três mil anos caçadas,
à três mil anos escúlpidas
partidas em lâminas, artefacto
mil e três baleias de marfim
últimos dias de um livro aberto...
um livro aberto
à três mil anos
com desenhos de baleias,
À três mil anos caçadas,
à três mil anos escúlpidas
partidas em lâminas, artefacto
mil e três baleias de marfim
últimos dias de um livro aberto...
SAUDAÇÕES POÉTICAS
Finalmente, depois de várias e goradíssimas tentativas, lá consegui (graças à ajuda da Teresa) "inscrever-me" no vosso / nosso blogue! Queria dizer a todas e a todos do prazer que foi a primeira sessão, e de ter visto já tantos textos aqui inseridos. Isto é prova de que a poesia está viva, que ela é necessária, preciosa, útil (mesmo, como eu já disse várias vezes, na sua "radical inutilidade" -- e também por isso mesmo).
Numa das famosas cartas de Novas Cartas Portuguesas (1972), da autoria de Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa, pode ler-se: "Minha irmãs, mas o que pode a literatura? Ou antes: o que podem as palavras?" Nessa interrogação, questionava-se o poder da "poesia", no mais lato sentido do termo. Mas o próprio acto de escrita, o facto de se enunciar a pergunta, desmente essa dúvida. Assim, dúvida e certeza sobre o poder da palavra são gestos vizinhos.
Nessa interrogação falava-se também de como a palavra pode ser, ao mesmo tempo, instrumento de coerção e de liberdade. Poucos anos antes, Adrienne Rich (grande poeta contemporânea estadounidense), num belíssimo poema de 1968, intitulado "Queimar papéis em vez de crianças", escrevia: "a sabedoria do opressor /esta é a linguagem do opressor // e todavia preciso dela para falar contigo". Ciente embora de que "uma língua é" [também] "um mapa dos nossos erros", ela insistia a força da palavra. Como elo de comunicação, simultaneamente forte e frágil .
É muito bom sentir que sentimos esse elo -- todos e todas aqui. Obrigada pelo blogue, pelo empenho. Por vós.
ana luísa
Numa das famosas cartas de Novas Cartas Portuguesas (1972), da autoria de Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa, pode ler-se: "Minha irmãs, mas o que pode a literatura? Ou antes: o que podem as palavras?" Nessa interrogação, questionava-se o poder da "poesia", no mais lato sentido do termo. Mas o próprio acto de escrita, o facto de se enunciar a pergunta, desmente essa dúvida. Assim, dúvida e certeza sobre o poder da palavra são gestos vizinhos.
Nessa interrogação falava-se também de como a palavra pode ser, ao mesmo tempo, instrumento de coerção e de liberdade. Poucos anos antes, Adrienne Rich (grande poeta contemporânea estadounidense), num belíssimo poema de 1968, intitulado "Queimar papéis em vez de crianças", escrevia: "a sabedoria do opressor /esta é a linguagem do opressor // e todavia preciso dela para falar contigo". Ciente embora de que "uma língua é" [também] "um mapa dos nossos erros", ela insistia a força da palavra. Como elo de comunicação, simultaneamente forte e frágil .
É muito bom sentir que sentimos esse elo -- todos e todas aqui. Obrigada pelo blogue, pelo empenho. Por vós.
ana luísa
trabalho para casa - 4
Mil anos…
É imagem, marcação…
Três cenas esculpidas
…E lâminas de pedra
Baleias feitas de marfim…
Restos, artefacto, desenhos,
Partidas de caçadas…
Como um livro aberto.
Últimos dias…
trabalho para casa - 3
É
imagem, artefacto, marcação…
pedra.
Últimos desenhos de baleia.
Caçadas esculpidas como cenas feitas de anos.
Mil lâminas, restos de marfim, partidas…
Três dias…
e um livro aberto.
imagem, artefacto, marcação…
pedra.
Últimos desenhos de baleia.
Caçadas esculpidas como cenas feitas de anos.
Mil lâminas, restos de marfim, partidas…
Três dias…
e um livro aberto.
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